terça-feira, março 28, 2006

Nada de interessante.

Bem, fora toda agitação da viagem, mudança,etc... Poucas tem acontecido por aqui.
Os amigos, no entanto têm passado por aqui para de despedir - ante-ontem, Jake chegou aqui embaixo de chuva e com três DVDs embaixo do braço (por mais que negue, a cerveja na geladeira da qual ele tem um sensor para adivinhar quando tenho) e a TV de 21" também ajudam um pouco para que ele levante a bunda do sofá da casa dele e abanque a ossada em meu sofá. Assistimos Fear and Loathsome in Vegas com Johnny Depp e Benício DelToro, aquilo é muito louco... ...leve pausa para cervejas (tinha 24 garrafas por precaução,compramos mais antes de sentar no sofá) e para uma ocasional luta. Explicando: nos degladiamos pelas coisas mais bestas na face da terra, uma vez estávamos com um casal de amigos esperando uma mesa em um restaurante japonês e pus um cigarro na boca, o que foi suficiente para ele querer um dos meus (o maldito compra aqueles de enrolar, que são mais baratos) e eu simplesmente falei NÂO só para provocar - ele ficou observando enquanto eu procurava o isqueiro e continuava "DAMN IT, me dá um cigarro" e eu com toda calma do mundo "não". Falei para ele tentar tomar de mim, ele tentava pegar da minha boca e eu esquivava, quanto mais ele não conseguia mais frustrado ficava e mais eu ria até ele enfiar um tapão na minha cabeça, o cigarro voar longe e eu pular em cima dele aos socos (o casal que estava com a gente, lentamente se afastando e fingindo total desconhecimento).
Ante-ontem, um em cada sofá, e eu falei pra ele que apenas desta vez ele estava permitido a tirar os sapatos dentro da minha casa (o odor mais forte que já senti na minha vida - o chulé do Jake) e logo depois de tirar os sapatos ele começou a querer botar aquele pé fedorento na minha cara.
"Pára com isso, tira esse pé fedorento de perto de mim" e ele continuava.
Meti um chute na perna dele, ele tentou começar a me chutar de volta.
Eu só berrava "Ya' bloody cocksucker, cunt - FUCK OFF" e ele se divertindo até eu pular em cima dele e meter uns cascudos na enorme cabeça do cretino; rolamos no chão enfiando porrada um no outro, só parou porque tive um ataque de riso e não conseguia mais me mexer. Geralmente essas disputas são divertidas, parece que tenho 20 anos de novo quando Jake está por perto (ele se recusa a aceitar que tenho 30 e não tenho a disposição dele) mas vivemos enfiando porrada um no outro de uma maneira que não aceitaria de quase ninguém. Se tivesse um irmão mais novo, gostaria que ele fosse como Jake (um pouco menos tranqueira, tenho que frisar) na verdade, o que ele vê em mim eu acho que é um irmão mais velho - sempre dando conselhos, alguma grana, um pouco de conforto do qual ele não está muito acostumado. De longe, ele é uma das pessoas que mais vou sentir falta.
Deixei ele assistindo TV e fui dormir, ele deve ter se mandado de madrugada (ele agora volta para casa em qualquer que seja a ocasião, pela primeira vez acho que le realmente tem um lugar para voltar) e ele mudou bastante desde que nos conhecemos, estou feliz por ter feito uma diferença na vida de alguém.
Ontem à noite, Ricky, Ariane e Lee passaram aqui para me arrancar de casa (só tenho saído em raras ocasiões) e me arrastaram para jantar e jogar boliche, foi divertido mas nada que se compare aos velhos tempos do boliche no CEASA com a gang, mas eles se esforçaram e eu me diverti como não havia há tempos.
Ultimamente tenho esquecido de abrir os e-mails e não tenho prestado tanta atenção ao Orkut, gasto exatos 5 minutos tentando responder os scraps e é isso, manter esse blog atualizado também dá uma certa mão-de-obra então se eu desaparecer (ou se já desapareci) perdoem a falha.
Tem sido gratificante receber o carinho dessas pessoas, a gente não faz idéia do conceito que temn até uma hora dessas.

sexta-feira, março 24, 2006

New Zealand Redux.

Três anos. Três anos se passaram e o que será que aconteceu durante ?
Em três anos, eu fui bartender, garçom, gerente de serviço de restaurante, lavador de pratos, larder chef, saucer, head-chef (ainda que um café com 20 lugares), Commi-chef. Fiz amizades do mundo todo, fiz amigos brasileiros, fiz amigos em praticamente cada lugar que estive, fui turista, backpacker, motoqueiro, motorista de campervan. Viajei de norte a sul, de sul à norte e vi muito dessa terra.
Fiz snowboard, Bungy, Riverboarding, mergulho, trekking (ok, não muito), não entrei muito no mar mesmo assim por ser congelante, comi tudo quanto é coisa nova que apareceu pela frente, me apaixonei pela cozinha asiática, cultivei meu desgosto por comida indiana, achei kebab dos deuses, tomei toda e qualquer cerveja diferente que encontrei por aí, tentei fazer o que os locais faziam - e aprendi que os kiwis vivem para si mesmos.
Vi a neve cair no centro de Queenstown, vi pinguins na ilha sul, tive uma praia inteira só para mim perto de Christchurch, conheci um taxidermista alemão lá (poxa, conhecer um taxidermista que ainda paga a cerveja não é pra qualquer um), quase fui jogado fora da Harbour Bridge em uma noite de tempestade com minha moto, dormi profundamente durante um terremoto (na verdade dois), fiz um curso de fotografia na Universidade de Auckland e um curso de inglês que eu mal frequentava.
Mudei dez vezes de casa, tive mais ou menos 21 flatmates diferentes, comprei e vendi mais coisas de uso doméstico que posso lembrar e tive apenas um lugar que considerei um lar.
Tomei vários tombos - aliás, um tombo no sentido literal, do qual desmaiei, cortei meus dedos, queimei minhas mãos, fiquei com as cadeiras roxas de fechar a geladeira com a cintura enquanto carrego caixas, fui passado para trás gerenciando uma casa em Auckland no primeiro ano, fui passado para trás quando tive que assumir um quarto no lodge em Queenstown, fui deixado em meu apartamento sem explicação aparente.
Tive momentos felizes ao ser convidado a me mudar para uma casa em Queenstown (duas vezes) e fico com saudades de pensar em quanto a vida era descomplicada por lá (até ficar terrivelmente chata).
Conheci a NZ, Austrália e Bali (mais Fidji futuramente) e me arrependo de não ter viajado mais.
Aprendi a ficar quieto, a gritar quando preciso apenas e a valorizar a ajuda que aparece quando você mais precisa - assim como aprendi também a valorizar meu espaço pessoal (aquele em que ninguém pisa, que é só seu) e não deixar que entrem e saiam de sua vida como se fosse uma porta giratória - se não for para acrescentar nada, apenas subtrai.
Testei a minha paciência, determinação, sanidade (quase por um fio), resistência e lealdade e sei que tipo de pessoa eu me tornei e posso me tornar de vez em quando, mas meus atos sempre falaram por mim e em geral, eles não mentem.
Sou incapaz de um ato maldoso ou desleal, minha consciência é eficaz a maldita.
Foram quase 100,000 kms de voô durante esses anos, uns 10000 de estrada e mais uns tantos andando por aí, a estrada foi longa e tortuosa.
Em três anos, fiz mais coisas do que fiz em vinte anteriores.
Vão ficar marcas e cicatrizes, amizades que se foram, amizades que vão ficar, situações nem sempre agradáveis e muitos momentos bons...
...e no final, tudo que resta é você, três anos mais velho e três anos...

...vividos. Eu quero mais.

quinta-feira, março 23, 2006

Provedenceas 3

Quarta-feira foi meu dia de folga.
Faxina na casa (tenho que deixar o apê limpo senão eles cobram a limpeza depois) lavanderia em geral e uma volta até Mt. Eden a pé (se imaginasse que era tão longe, não ia andando nem a pau) para achar a tal loja de facas para comprar um amolador alemão novo (ainda tô puto com essa história). Entrei na loja e ouvi as cornetas dos portões do paraíso soarem, saí com o tal do amolador (NZ$ 40,00 uma facada), dois descascadores, um zester, botões de uniforme vermelhos, uma pinça maneiríssima de tirar espinhas de peixe e mais umas lembrancinhas que achei de ocasião - foi um puta estrago no orçamento. Fora as coisas que eu queria e não tive coragem de comprar.
Enfim, f**i o extrato bancário. E pensar que antigamente eu era viciado em comprar CDs, parece que a cada dia eu acho que ainda não enlouqueci o suficiente...
Ontem e hoje eu entrei no trabalho as duas da manhã, trabalhei 24 horas em dois dias e estou á beira de um ataque de nervos, como se não bastasse a aporrinhação toda da mudança tem essa, mais pessoas para se despedir mais uns problemas mal-resolvidos na minha cabeça - quem me conhece sabe que tenho a estabilidade emocional de um saco de ratos em um porão de navio afundando então estou entre ataques de felicidade com momentos de depressão dispersos (a única coisa que eu sei é que eu quero ir embora logo, depois que se marca a passagem então, dá vontade de sumir de uma vez.
Detesto esse suspense, aliás não suporto surpresas também, tem que ter muito cuidado para não f**er com minhas emoções ultimamente.
Estou tentando não perder o bom-humor, sou praticamente o "Mr.Brightside".
Um cara da transportadora acabou de me ligar, tudo resolvido e o micro chega junto comigo no Brasil (acho que dois dias antes) então uma coisa a menos para se preocupar, ainda não sei aonde enfiar tanta tralha, talvez se eu usar no voô umas 15 calças, 10 moletons e três jaquetas com, digamos, sete peças de cada underwear talvez ajude.
Tô podre de cansado - vou cair duro na cama.

Duas semanas apenas... ...God, dê-me paciência.

segunda-feira, março 20, 2006

Providências 2

Liguei para a empresa que vai transportar meu computador para o Brasil -
"Oi, fiz a cotação e o booking online mas ainda quero saber se o volume é individual ou cumulativo, ou mais claro, rola um desconto se eu mandar mais tralha junto com o micro ??"
"Claro que sim, se você mandar mais coisas junto, tem desconto sim..."
Já fiquei todo animado com a atendente.
"Então é o seguinte, uma mala pequena com mais ou menos 20kgs, quanto rola ?"
"deixa eu ver, quantos quilos tem o micro ?"
" 12 kgs"
"Calculou o volume pelo website ?"
"Calculei, 0.108 cm cubicos"
"Isso dá 300,00 dólares"
"Tá isso eu já sabia, e uma mala da mesma dimensão"
"Aí vai pra... ....550 dólares".
"Esse é o grande desconto ? Acho que sai mais barato pagar excesso"
"O que é que vai dentro dessa mala ??"
Quis responder 10 kgs de cocaína pura, 2kgs de ecstasy e o resto em fluído de isqueiro e armas de fogo. Achei melhor não.
"Livros de receitas, algumas roupas, Cds e facas de cozinha"
"Enrola suas roupas no micro"
"Como você espera que eu enrole 20kgs de roupa em um micro ?? Nem sei se ele usa meu número aliás..."
"uhnnn.. e o que você tem nas outras malas de viagem ??"
Desta vez, quis responder duas AK 47, sete granadas e quatro manuais da Al Quaeda.
"Merdas, coisas, roupas, cuecas, sapatos, meias..."
"ahnnn tá."
"E então, dá jogo ??"
"Não".

Porque perguntar todas essas coisas se ela não pode resolver meu problema ??

Seria mais fácil construir uma jangada e atravessar o mar com minhas tralhas. Merda de vida.

domingo, março 19, 2006

Enfim, providências.

Como agora água bateu nas nádegas (sorry, não posso escrever bunda nesse blog) hoje me dei conta que preciso escolher o que vai e o que fica por aqui, não que eu tenha um patrimônio extenso mas o que se acumula de tralha em três anos não é brincadeira... ...meus amados livros vão ter que ficar (menos os de receitas que não vai dar pra repor depois) meu material de pintura e telas também vão ter que fazer alguém feliz (é de graça poxa...) e meus tão amados edredons (um de pena de ganso) são umas das coisas das quais vou chorar todos os dias por não poder carregar.
Tente resumir uma vida inteira à 64 kgs e veja como vc se sai - eu estou sendo uma tragédia.
Tudo que havia para ser vendido já era, ou pelo menos está para entrega (minha TV, DVD e móvel pelo menos e a moto já se fué) minhas facas definitivamente vão todas (comprei mais algumas coisas e reposições que posso precisar no futuro) jaquetas, blusas e moletons de montes vão ficar mesmo sendo amados e jamais esquecidos, sapatos velhos mas amados ficarão orfãos e até a máquininha de cortar cabelos não funciona no Brasil (plug e voltagens diferentes) então cesta sessão pra ela.
O micro eu vou enviar por correio, mas a voltagem também é diferente (não deve ser complicado para mudar) mas dane-se, eu só preciso dos componentes dele para traze-lo de volta à vida.
O resto é resto.

O resto só eu voltando, de mala e cuia.

Enfim - a confirmação...

Recebi a luz amigos...
Ela veio na forma de dois pedaços de papel - O recibo da STA Travel e o itinerário.
Saio daqui à uma da tarde de Sexta-Feira, 07 de Abril e chego no Brasil sexta-feira santa dia 14 à meio-dia e meio. A razão pela demora ?? O avião não vai congelar no no espaço como alguns imaginaram e nem ficaremos perdidos por uma semana no triângulo da bermudas pelo benefício geral da sociedade brasileira.
É que o avião faz uma parada em Fidji (Papeete, não era só nome de chinelo de patricinha), Polinésia Francesa, e resolvi dar uma esticadinha de uma semana só pra ver o que acontece por aqueles lados.
Chegar lá e pedir de cara qualquer drink que tenha aqueles canudos tortos e coloridos e sentar na areia da praia debaixo de um calor infernal.
Vida ruim essa hein - acho bom eu não acostumar.
Depois me preparar para cair na rotina. Deus me ajude.
Hoje roubaram meu amolador de facas alemão no trabalho - fiquei puto da cara, vai custar umas NZ$50 pilas pra comprar um novo se eu achar.
Nem tudo é perfeito afinal.

Aliás...

Mr Rogério Ragusa,
Nada me faz mais feliz do que receber suas mensagens ultimamente... ...a cerveja já está gelando é bem estimulante, mas que em três anos você tem estado por perto -

- Não tem preço. Para todas as outras coisas, existe Mastercard.

Que não compra amizade verdadeira.

sábado, março 18, 2006

Recomeçar...

É dificil um recomeço, especialmente para quem já teve muitos.
Como disse um amigo, sabe quando você passa meses e meses arrumando aquela prateleira, pondo todos os bibelôs, porta-retratos, Cds, e de repente você acha que não está legal e enfia uma bica e desmonta tudo ??
É exatamente assim que eu me sinto - derrubando uma prateleira que eu construi durante três anos da minha vida.
Quando enfim consegui quase tudo que eu queria, emprego estável, casa legal, minhas coisas espalhadas em volta de mim, segurança, eu resolvo que não estou contente e mando tudo á merda (desculpem meu francês) e lá vou eu arriscar tudo de novo por uma emoção barata... ...talvez nem tão barata, mas com certeza eu devo gostar de caos.
As razões não perguntem, eu mesmo não saberia explicar, estava há semanas de ser promovido no emprego, há meses de conseguir minha residência, a centímetros de comprar meu carro e de repente, sem aviso, eu decidi que tudo isso não valia a pena.
Vai entender...
Talvez eu tenha mesmo uma vocação para o Caos, talvez eu tenha percebido que a vida não é bem assim, talvez eu tenha apenas ensandecido por achar que novas perspectivas sejam melhores que perspectivas usadas mas... ...de que vale tudo isso se não tem ninguém para dividir o momento ??
No começo, confesso que rolou aquela básica pergunta de que estaria fazendo, enlouqueci talvez, talvez seja só uma fase e eu caia na real. Mas o bom estado de espírito em que caí me dizem o contrário - talvez eu esteja MUITO errado (é assim que os grandes erros acontecem também, saibam) mas há dois meses eu estava em contentamento para logo depois cair em miséria... ...não a miséria temporária, mas veio aquela sensação de clarividência e de repente tudo que estava complicado ficou fácil como 2+2 - eu preciso sair daqui.
Achei que fosse apenas uma situação complicada que tive, mas após passada, ainda quis me mandar e pronto.
O gozado é que, eu sei que tudo vai ser difícil, complicado, lidar novamente com estar com a família (complicado para mim, que acostumei a não dar satisfação de onde vou e o que faço - quando se é sozinho não pensa-se nisso) procura por emprego, casa, carro, Tv e dvd, um canto para pôr seus porta-retratos... ...não vai ser fácil.
Mas pensando bem, não vai ser fácil ficar aqui se perguntando o que seria da vida se eu não tivesse voltado, se não tivesse arriscado novamente.
São tantos planos e conjurações que tenho na minha cabecinha que fica difícil explicar - parece que um novo leque se abriu e que não há nada que eu não seja capaz de fazer.

Talvez eu apenas percebi que não se pode passar a vida sozinho - e sozinho é exatamente o lugar em que eu estou - não quero mais isso.

Quero sim, a minha casa cheia de amigos - se Maomé não vai à montanha...

terça-feira, março 14, 2006

Adeus galopeeeeeeeeiraaaaa...

Hoje fui vender minha já empoeirada moto, após quatro meses (ou mais) parada, a desgraçada quase que para me afrontar pegou na primeira só para despedaçar meu coração - que dó, que pena da minha companheira mas a vida é assim mesmo, chega-se a hora de ir e seguimos em frente. Cheguei na concessionária da qual comprei ela em primeiro lugar, o cara olhou, olhou, e perguntou quanto eu queria nela e já mandei NZ$ 1000,00 de cara para ver o que acontecia, ele mandou setecentos e nem desconfiou que estava vazando óleo, enfim, peguei a oferta e me mandei o mais rápido possível com o cheque na mão.
Todas as lembranças das viagens, acampamentos, tudo literalmente vieram à tona quando eu dei tchau pra minha mulinha.

Depois eu mando uma foto pra eles de nós na ilha Sul, a 5000 kms de Auckland.

sábado, março 11, 2006

Choque.

Cliquem no titulo acima e vejam os numeros (principalmente no final, o aumento de 1999-2004), e um choque...
Se nao abrir ai em cima, cole e copie esse endereco http://www.seade.gov.br/produtos/spdemog/nov2005/Sorocaba/Ibiuna.pdf
 
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