sexta-feira, novembro 30, 2007

Boneca para cães




Sim boneca inflével para cães, imagina - tem um buraquinho atrás

Olha mamãe, um brinquedo de apertar !!
Filhinho, filhinho... nãoéumbrinquedodeapertar !!!! Oh meu deus...

O mundo já foi assim


Uau ! As gengivas também !!!

Da série O mundo já foi assim...



Já imaginaram

Vintage






Sou viciado em coisas antigas mas nem tanto - achei umas imagens que unem vintage + humor negro (imagina se não fosse a minha cara), então estou usando uma maneira mais personalizada de ofender e escandalizar as pessoas do jeito que eu gosto...

quarta-feira, novembro 21, 2007

O que será do leite.


Já que estamos falando de Brasil, vou aproveitar para digerir a lactose.
Fora o trocadilho (Leite, meu sobrenome,nunca gostei mas meus amiguinhos de escola se deliciavam com isso e a minha cor transparente), sacanear o leite é simplesmente o fim da rosca !! Água oxigenada, soda cáustica e o caramba (fora o tanto de água adicionada) pra ter certeza que nossas crianças já cresçam desconfiando até da sombra, enquanto esperam na sala do gastroenterologista para tratar uma úlcera.
E o que mais me preocupa, nenhuma empresa como as grandes por aí (tipo a Parmalat,Nestlé) anunciou nada do tipo "O nosso é puro, compra a gente, bebe a gente" - sinistro.
Eu, por coincidência do destino, gosto de leite de soja, um dias as fábricas vão me ligar e perguntar se era eu mesmo este anos todos comprando - mais um trocadilho o Leite não toma o leite (nem meu irmão gosta também), não que eu esteja me sentindo menos chocado ou lesado por isso, mas deve ter gente pra caramba por aí passando mal achando que era o álcool e era a merda do leite que estava matando-os.
Depois teve o lance dos queijos (que são feitos de leite, certo), não pode comprar tal, depois virão as paçoquinhas (me dá até medo de pensar no que pode-se adicionar ali), depois será o que ? Filhos das Putas, vocês não precisavam ganhar tanto dinheiro assim, bastaria vender apenas o que prometem.
Lembro de vários outros casos, como os da balinha Van Melle com cocaína (?)que sinceramente não acredito que alguém vá gastar tanto assim com uma sacanagem, da pinga com metanol, do café com pó de serragem e por aí vai.
Vou me mudar para uma floresta, viver de caça e mascar folhas pois não confio mais nas indústrias, supermercados, vendas e padarias (tem o tal do bromato no pão) não senhor... ...vou caçar aves e peixes para subsitência, fazer meus remédios de ervas e andar por aí descalço.
O celular pode causar Câncer no cérebro, a TV radiação e me cegar, as linhas elétricas liberam ozônio em quantidades paquidérmicas, o computador emite pulso eletromagnético (sei lá o que isso causa), enfim, só sairei de casa em uma armadura de chumbo (que também deve ser tóxico).
Tudo isso, começou por causa do leite.
E, com tudo isso, me pergunto, o que será dos Leites, eu e meus pequenos futuros Leites, será que vamos sobreviver em um mundo desses ?

terça-feira, novembro 20, 2007

Polititica.

Por onde começar - talvez pelo Lula nunca saber nada (ele não tem internet e TV a Cabo, nem aberta, acho que ninguém tem no plenário também), pelas CPIs que resolvem TUDO sem fazer NADA, talvez pelos eleitores que não sabem votar, ou poderíamos também discorrer um pouco sobre qualquer prefeitura local que tornou-se um mega-cabide de empregos, não importa, cada vez mais sentimos o fim se aproximando.
Calma lá, ainda não disse o fim, e qual o sentido dele.
A tendência do que não pode piorar é sempre a de melhorar, quanto mais atrevidos e descuidados nossos políticos agem, mais e mais o povo pode se conscientizar da merda (SIC)toda que está rolando diariamente em nosso país. São milhares de páginas nas revistas, com gráficos coloridos, fotos e tabelas com quem roubou o que, quem favoreceu quem, o quanto perdemos com cada casa, lancha e iate comprado às nossas custas - vou ser direto : eu quero a revolta, guerra civil se necessário - tenho fé que ainda o povo irá as ruas queimar estas casas, invadir fazendas de acres, jogar Mercedes Benz caríssimas de cima de pontes e fazer igualzinho fariam com um ladrão que roubou a sua própria casa e você descobriu, ir até lá e queimar tudo no chão se preciso, não que você pegue de volta mas só para vagabundo descobrir que se não é dele, não poderia estar com ele e pronto.
Imagina que show, uma enorme fogueira na frente do planalto onde atiraríamos Mont Blancs, Balenciagas, Títulos de ações ao portador, Dólares, Rolexes e Cartier e deixar claro que o que queremos não é dinheiro, não é esmola, queremos é honestidade.
Não queremos as bugigangas dos ricos, queremos é que eles parem de comprá-las com nossos três ou quatro meses de trabalho por ano que são precisos para pagar os impostos (se bem que iria ser divertido ver a gari varrendo a rua com um lindo colar da Tiffany's) e simplesmente mandar as crianças para as escolas decentemente equipadas, entrar em um hospital público sem o medo de sair com um parafuso em cada lado do pescoço, andar pelas ruas de mãos dadas à noite sem ter a sorte de encontrar uma bala perdida (nunca é perdida, alguém sempre encontra), sem pagar 15% de seguro sobre o valor do carro, sem muros, grades e lanças pois os presos somos nós.
A lista é longa e iria levar dias para descrever.
Enfim, parece que estamos chegando ao fundo deste poço, se alcançamos o fundo não deverá haver como descer mais, a hora está chegando, prestem atenção - os brasileiros chegarão ao ponto de tomar uma decisão, atitude ou seja lá o que for mas eles não nos deixarão outra saída pois até a saída pelo aeroporto anda complicada.
E aí, poderemos curtir o carnaval, o futebol (sem CPI), as bundas, a novela sem nos preocuparmos tanto. A obrigação estará feita, para podermos ter diversão.
Até lá, temos que nos contentar com as sobras da corrupção, olha que bosta.

Sabe porquê a revolta ? Porque um delegado da Justiça Federal disse que a Violência e o crime custam apenas 10% dos prejuízos causados ao país se comparados à corrupção.

Quem é o bandido agora : os caras da favela, ou os de terno Armani na Mercedez ? De qual você teria mais raiva ?

segunda-feira, novembro 19, 2007

Juréia


Passei o fim de semana em Juréia.

A empolgação da praia, a areia branquinha, os guarda-sóis coloridíssimos, os drinks gelados à beira-mar... ...esqueça tudo isso, sou eu que estou contando então claro que nada disso rolou.
Chegamos na quarta-feira à noite, o tempo estava pra lá de duvidoso e a estrada (de terra batida) parecia mais um rally, socos, solavancos, poças gigantescas e enfim chegamos à tal da balsa, horas depois, cansados e em busca de nossas merecidas férias.
O frio era congelante, o vento cortava nossos rostos e a garoa molhava nossas roupas, incessante, impiedoso, estavámos em plena Sibéria dos turistas.
No sábado, fomos até as pedras (reserva ecológica) e assistimos frustrados nossos isopores voando, nossos carros se enchendo de areia (nossos olhos também) e conseguimos ficar exatos cinco minutos até que alguém de juízo perfeito sugerisse nossa retirada estratégica até o primeiro boteco à beira-mar disponível.
Nem preciso dizer que Domingo (o dia de ir embora) foi de um Sol radiante e calor estafante para ajudar as três ou mais horas no trânsito de volta, que aliás, foi de quase cinco horas - se tivesse um rifle teria matado uns dez, pelo menos.
Ultrapassagens impossíveis, impaciência, carros quebrados, um dia de fúria.
Quando cheguei em casa, liguei a TV e comi meu sanduíche, pensei - isso sim é férias.

Verão Brasileiro - Senhores, clima tropical = chuvas no Verão. Somos abençoados.

terça-feira, novembro 13, 2007

Santos - que me ajudem...


Olá a todos (os poucos leitores que me restaram, quero dizer...);

Semana passada estive em Santos para obter meu certificado STCW (acho que a sigla é esta) que consiste em formar idiotas como eu em tripulantes de navios com competências digamos assim... ...úteis. O curso havia sido cancelado pela marinha em cima da hora e por livre e espontânea pressão das operadoras foi aprovado de novo - resumo : praticamente um dia antes fomos avisados que iria rolar, já estava naquelas de que saco, aqueles cursinhos no quais arrancam dinheiro de você para ensinar absolutamente porra nenhuma (SIC), principalmente sendo obrigatório para pessoas que como eu, não tem mais saída a não ser se enfiar em um porão de navio por seis ou mais meses.
Primeiro, devo frisar que eu não conhecia Santos, a Avenida da Praia é coisa de primeiro mundo, limpa, arborizada e cheia de gente e prédios bonitos, já o restante da cidade... ...é como se o Rio de Janeiro tivesse vomitado em Ubatuba, suja, feia e com muito concreto. Consegui uma pousada (a Caravelas) na última hora, ao módico preço de R$ 80 a diária (com Café da Manhã) em um lugar que julguei perto do curso, a atendente do Hotel se mostrou muito eficiente e simpática, fiquei feliz com a decisão, era um cliente satisfeito.
Ao chegar de noite, consegui achar fácil o lugar - a pousada ficava em um prédio antigo da Orla, estacionei o carro na porta e fui fazer o check in, um senhor baixinho e com cara de poucos amigos me atendeu, me passou uma ficha da Embratur para preencher dizendo apenas para assinar embaixo (sem preencher os detalhes) e por mais solícito que eu fosse, ele não sorria NUNCA - apelidei-o de tropeço, o mordomo da família Addams. Subi ao quarto (após estacionar o carro EU MESMO e deixar as chaves) para descobrir que o lugar é de certa forma um pardieiro (limpo, um pardieiro limpo) mas pelo menos tinha TV a cabo e nem sinal de baratas, os móveis eram iguais aos da casa da minha avó, tudo rangia e a cabeceira da cama cada vez que eu encostava a cabeça prendia meus parcos fios de cabelo.
Manhã seguinte, acordei e fui tomar café, tropeço ainda estava por lá com sua simpatia contagiante (meu bom-dia ficou no vácuo, mas nem liguei pois não sou gente de manhã) e uma simpática garçonete me atendeu (ficou simpática demais e não parava de falar - não é culpa dela, como disse não sou flor que se cheire pela manhã) e resolvi colocar meu Ipod nos ouvidos enquanto degustava meu nada Continental café.
Digamos que o custo-benefício da pousada seria válido se custasse por volta de R$ 50,00 pois é quase o valor de um IBIS ou Flat em São Paulo, mas dizem que tudo à 500 mts. do mar valoriza, menos o seu passe.
Peguei o ônibus lotado e consegui parar no ponto certo (seis kms depois, esse era o lugar perto) cheguei à escola sem muitas expectativas e fomos logos postos em uma sala de aula que, graças a Deus tinha ar-condicionado, a aula era sobre sobrevivência no mar, um belo prospecto para pessoas que iriam passar um mínimo de três meses dentro do navio. Aliás, o curso inteiro é praticamente sobre tragédias marítimas.
O curso transcorreu bem, apesar de longo (onze horas) deixei a sala às sete da noite, pensando o que fazer para me distrair - resolvi voltar caminhando pela Avenida da praia. No começo, era só alegria, comprei uma latinha de cerveja e fui andando, vendo as pessoas correndo, circulando, conversando, as lojas (caríssimas), comprei mais uma latinha e estava todo satisfeito e contente com minhas férias sem férias. Meia hora depois, a caminhada já estava um pouco frustrante, o calor e a umidade começaram a incomodar, a camisa grudada no corpo, a cerveja entrando em ebulição, parei comprar outra e aproveitei o ar-condicionado do Pão de açucar para me refrescar. mais caminhada, nada de chegar, continuei em minha árdua missão de chegar ao hotel,estalagem, pousada, ou sei lá o que chamam aquilo.
Uma hora depois, parecia que eu estava chegando de São Paulo a pé, a roupa com aquela indefectível marca de suor, a mochila pesava uns 300 kilos e meus pés já começavam a dar sinais de cansaço, as pessoas corriam bem no meio do caminho, a maldita maresia já começava a se acumular em meu rosto e cabelo e eu já havia decidido que iria me aposentar em Campos do Jordão, beira-mar nunca mais.
Cheguei na pousada de mau-humor e intimei tropeço se naquela espelunca eles vendiam cerveja em lata, sem muita euforia ele foi buscar duas latas de Itaipava (Heineken nem pensar) que ao menos estava gelada - entrei em meu quarto, deitei um pouco e depois da segunda lata a vida começava a fazer sentido de novo.
De ânimo renovado, banho tomado e nada para fazer resolvi sair para tomar alguma coisa - escolhi o primeiro quiosque pé-sujo e pedi uma caipirinha de limão (na verdade, caipirinha TEM que ser de limão, o resto é perfumaria) e como era o único cliente do rapaz, recebi uma de mais ou menos 500ml. com direito à música flashback dos anos 80 (o cara ainda tentou me vender o CD que estava tocando), ao final da caipirinha já estava ficando um sujeito simpático (eu e ele). Deixei o simpático e fui á Lanchonete quase em frente à pousada para ouvir um som na Jukebox que tinha lá, pedi uma cerveja antes de ir embora. Quatro garrafas de cerveja depois, estava disputando a jukebox com um velho louco, cada vez que eu punha uma música, ele ia lá e punha dez e ficava me encarando - cheguei ao lado dele em uma delas e perguntei se ele estava me paquerando - ele sumiu, e pude enfim, ouvir uma música em paz. Voltei cambaleante ao hotel, pousada,estaleiro, cocheira, rosnei para o tropeço que veio abrir a porta com a disposição costumeira e fui dormir.
Acordei, já com o Ipod no ouvido e fui tomar café sentindo os efeitos do álcool ainda vívidos na cabeça, nem Deus me fazia entrar naquele ônibus abafado - iria de carro. Cheguei no curso, me sentei e pude experimentar a ira de litros de cerveja contra uma única e inocente caipirinha de limão em meu estômago, contive a ânsia várias vezes durante o decorrer do dia. O grupo de pessoas na classe era legal, disso não tenho reclamações, e resolvemos agitar um choppinho no final do dia.
Seis torres depois, estava apenas meio caminho alegre, com uma azia incrível e ainda assim me desloquei à outro bar para as saideiras. Cheguei ao Hotel com uma pusta azia e fui dormir.
Último dia, última parte do curso (primeiros socorros) pude contemplar a fragilidade humana em todas as suas facetas, crises convulsivas, fraturas, intoxicação, descobri que tudo faz parte de uma supostamente agradável viagem de navio, olha que legal, tipo... ...o curso é para as pessoas terem certeza se realmente querem embarcar naquela arapuca flutuante e cara. O professor era um tanto quanto... ...ambivalente, repetia sempre a frase "vocês não sabem isso...". Se nós soubéssemos, afinal, porque raios estaríamos fazendo um curso de R$ 400,00 cacete !!
Tudo terminado, ainda dei carona até São Paulo para quatro guias da CVC, que por sinal, adorei. Agora só resta a ansiedade pela entrevista no Navio dia 13 de Dezembro, Deus me ajude. Não vejo a hora de rebatizar este blog pela terceira vez, o primeiro nome era "Ninguém merece esta New Zealand", para depois passar para Tripping e espero, "Ninguém merece este Navio" ou similar.

Rezem por mim - e ALTO. Resta saber se o Navio merece ter eu por perto.

quarta-feira, novembro 07, 2007

A vida de carro e celular.


Esta semana fiz uma coisa da qual posterguei até o máximo;

Reuni todos os e-mails, textos e blogs desde 2003, do período da Nova Zelândia até hoje e um dos primeiros foi "essa vida de carro e celular" no qual relato a total independência destes dois artigos de luxo (hoje em dia nem tanto, qualquer Zé Mané tem um dos dois) em minha vida, particularmente.
Desde que voltei, já tive um celular roubado, dois comprados (um quebrou e precisei de um quebra-galho) e aparentemente o avanço que isso trouxe à minha vida foi ZERO.
Celular é, como dizem um mal necessário, as pessoas podem te encontrar no meio do teu almoço (uma dádiva) ou no motel traindo, olha que conveniente essa modernidade, a câmera do celular é a famosa câmera da sacanagem (não tem outra utilidade a não ser te pegar no flagra).
Agora tenho um LG 320m, tira retrato, toca musiquinha e faz sabe-se lá mas o quê, pela módica quantia de R$ 650,00 ele faz de tudo, só para fazer e receber ligações que ele não presta - e eu estava esperando o quê - por esse preço só faltava o tal do aparelho te fazer sexo oral. Se bem que até nisso eles devem estar pensando.
Enfim, o tal do celular comprovadamente mais me incomodou do que ajudou, cada vez que você vai sair de casa, tem os documentos para carregar (RG, CPF, Cheques, cartão, dinheiro cash) cigarros, isqueiro, chaves (carro, casa, escritório), o celular, o carregador, etc... Já é quase uma mala, e ai de você se a bateria acabar - o meu NUNCA recebe ligações a não ser quando está desligado, aí aparecem 2500 mensagens da Claro (que não funciona) dizendo que o mundo estava tentando se comun icar com você (aí começa a paranóia, será que era uma oferta de emprego multimilionária, sexo sem compromisso, seu cão em alguma emergência)... ...mensagens de texto então, são as melhores. Eu simplesmente não consigo decifrar "o q vc vai fzr + tde, vms fzr alg kza - me irrita profundamente a matança cruel e bárbara do idioma através dos textos. Se bem que escrever naquele tecladinho sem ter os dedos de uma pianista profissional parece uma tarefa de reality show.
Do carro, será que eu realmente preciso falar...

Um carro, dizem, é uma família - precisa de carinho, atenção, banho, investimento, etc... ...desconfio que quando o carro passa da condição de família ele entra na condição AMANTE, gasta o seu dinheiro sem dó,nem pena. Nada contra, adoro a liberdade proporcionada por ele, além do que, para quem mora no Brasil e em São Paulo (no estado de, quis dizer) ele se faz totalmente necessário para trabalhar, viajar e viver. Não deixe a vida acontecer sem você, dizia o reclame.
Agora... ...as horas de manutenção, lavagem, e demais mimos te deixam par a par à qualquer pai atencioso ( e ai de quem encostar naquela pintura lustrosa). No meu caso, o carro sofre atentados semanais, um riscão ali, um amassadinho aqui, de repente algum pombo tem uma diarréia e lá vai o pai preocupado correndo atrás do filho, com paninhos, cerinhas, cheirinhos, etc... ..para mim, meu carro já virou adolescente e pode se cuidar sozinho, faz um barulhinho, reclama aqui, ali, mas no fundo eu sei que ele está bem. Apenas empurre as milhares de bugigangas jogadas ali e sente em um cantinho.

Na verdade, esta foi uma re-avaliação do que havia dito, só que apenas por outro ângulo e querem saber ?

Eu não poderia estar mais certo.

Segue o original.

Voces nao sabem como faz falta ter um carro nessa terra...

Auckland e uma cidade ate que pequena, mas por um destes acasos do destino eh espalhada e ficou decidido que no centro se trabalha e nos suburbios se mora.
Ontem, comecei a trabalhar em um cafe em Takapuna Beach,uns tres ou quatro kms de casa – perfeito. No sabado ao voltar da balada (as 11:00 sai o ultimo onibus para minha casa,bem entendido que a tal balada dura pouco pra quem nao tem carro) descobri uma coisa que mudaria os destinos da minha vida - aos Domingos o onibus so passa (o primeiro) as 9:40hs da manha, sendo
que a maioria das pessoas honestas e limpinhas (sim,aquela gente que vc ate ja ouviu falar sobre,existe) como eu entra as 9:00...  e agora ? Agora sao 4km de caminhada aos sabados e domingos.  Acordei, peguei meu uniforme preto e me mandei para a tal empreitada (trabalho no bar,lavo louca e faco os cafes entre servir drinks dos quais soh posso sentir o cheiro) e no caminho pensei em que falta fazia meu celular, para mandar uma mensagem, jogar conversa fora, etc... 
Bem, no caminho existe uma feira (na verdade em frente ao meu trabalho) um open market, diria,e aproveitei para dar uma olhada no que tinha de bom. Se estivesse de carro, chegaria tres minutos antes do trabalho e nao teria tempo.  Como ainda faltava mais de uma hora para entrar no trabalho, olhei o que tinha de bom na feira e sentei para ler um livro ate a hora chegar.
De repente, vem aquele cheiro dos deuses, pao fresco, bem atras de mim - uma padaria, daquelas de filme, pequenas, me convidando para a felicidade.  Sai da padoca saboreando meu pao quentinho (coisa rara por aqui, ja que so se compra pao no mercado, e daqueles de pacote).  Ate que nao foi tao ruim assim nao ter ido de carro.
Apos o trabalho, 500 copos lavados por minuto, setenta e sete crianças berrando pela sua Coca-Cola sem gelo, mas com limao, quatrocentos cafes f/w (Flat White, fui descobrir :cafe com leite mais do que ordinario com nome fresco), muitos muffins depois, estava livre para voar e ainda eram 1:00 pm !! Como sabia que uma galera estava indo para Mission Bay (praia) pensei sinceramente em aproveitar meu Domingo. Segundo um amigo, apos atravessar a ponte de North Shore, ficava
a uns tres kms, dava para arriscar uns 40 min. a pe, e claro - tudo pelo social.
Comecei andando pela cidade, vi alguns harbors, tudo muito legal. Apos uns quatro km, nada de ver onibus ou a tal da mission bay.  Andei, andei e andei e nada.
Apos uns 5km, percebi o quanto estava ferrado, mas continuei pois quem anda 5 anda 10 nao e??
Apos um hora, ja começava a amaldiçoar a falta do carro, enquanto via os asiaticos (90% da população aqui e da asia) passando em seus carroes esporte e amaldiçoava cada um deles, eles passam anos aqui estudando, tem carro, celular, laptop e nunca precisam ganhar um tostao, alem de ficarem pendurados na internet da Universidade, estes filhos da puta – adoro eles, mas apenas em suas quitandas, pastelarias e lavanderias e trabalhando para mim, sem saber falar uma so palavra de portugues. Se um deles olhasse torto para mim enquanto estava andando feito uma mula de
padre, eu juro que voava na carotida do maldito.
Visto que o meu humor ja nao estava aquelas coisas,continuei com a famosa teimosia brasileira (ah,
brasil, vc me mata) e fui em frente, ja tendo um principio de insolação e um enfarte.  De repente,
enxerguei uma barraca daquelas de canto de estrada vendendo morangos,olha que coisa boa, talvez
estivessem gelados, etc...
Ao chegar na barraca, a atenciosa senhora disse que nao tinha mais morangos e me ofereceu Feijoas, uma frutinha verde de casca dura e parecida com um figo da India (sem espinhos), apos ela me dar uma para provar,comprovei que a danada da fruta era boa pacas.
Comprei uma sacola e fui comendo, pela calcada, que nem criança. Se estivesse de carro, não teria
descoberto esta delicia que eh feijoa.
Cheguei em Mission Bay, dei umas voltas, encontrei os amigos,e tudo perdeu a importância. Naquela hora eu pensei em ligar para alguem, mas para quem, se não conheço quase ninguém? Ate que não e nada mal estar sem celular, afinal,e a unica maneira de ser achado em qualquer parte do mundo, a qualquer hora, não se pode mais nem trair hoje em dia por causa deste pequeno tirano, o celular que pede para ser carregado com carinho, alimentado por créditos, e ainda por cima
facilita as pessoas que você não quer falar, a te ligarem bem no meio do filme - olha que delicia.
Peguei uma carona com um amigo na volta, e pensei no cartão de credito que não vou ter que pagar (cortei com uma tesoura) e também na social que nao vou ter que fazer, aqui, posso andar com um cesto de frutas na cabeca que ninguem vai notar, ou saber de quem se trata.
Na minha homestay, tenho paz total, a geladeira sempre cheia, o telefone tem secretaria eletrônica para não perder um so recado...  ...se bem que abrir a geladeira e nao achar nunca,nunca, um bolo de fuba a toa, ou saber que tao cedo nao tera uma mensagem na secretaria de um amigo que esta te convidando praquele chopp, e meio chato, mas tudo tem o seu preco, ate a paz.  E saber que vc nao pode pegar teu carro, ir ate a casa de alguem onde vc abre a geladeira pra ver o que tem de bom, liga a televisao e joga conversa fora, tambem e um pouco frustante.
Ahhhh, essa vida de carro e celular me mata.

terça-feira, novembro 06, 2007

E agora :

Ok, quase dois anos de Brasil, quase nenhum post, quase nenhuma grana, sem emprego e ainda achando tudo muito estranho.

Estou tramando minha saída de emergência em breve, só posso adiantar que será pelo mar (ainda que a nado), mas pelo menos mais um verão brasileiro está à vista - o que não é nada mal, pois posso me preparar para meses e meses sem ver a cara do Sol.

Vamos retomar de onde eu parei.

Onde será que eu fui parar mesmo ?
 
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