segunda-feira, julho 25, 2005

O fim do romance.

Tem uma coisa que me intriga hoje em dia, na cultura brasileira principalmente, algo que posso chamar da morte do romance - acho que desta vez voces acharam que eu pirei, mas acompanhe comigo...
Ultimamente tenho visto uma grande diferenca entre nos e os Neo-Zelandezes que tem me feito pensar, aqui romance ainda eh levado a serio e quem nao tem namorada, marido, amante esta desesperadamente procurando por alguem (e abertamente procurando) e ao inves da velha tatica brasileira de sair na balada e trombar alguem, as pessoas apelam para um date; que significa convidar alguem para sair, jantar em um restaurante bacana e ver se as coisas acontecem, se os interesses batem, se a quimica funciona e geralmente essas pessoas estao vendo o date com olhos no futuro, nao apenas ate a cama nas proximas horas. Claro que o metodo de sair e tentar fisgar alguem na noite existe, mas as pessoas nao se arrumam especialmente para sair em um barzinho ate porque isso significa apenas estar fora para uns drinks e um papo com os amigos. E ai moram as diferencas.
Casos de homens abandonados pelas mulheres brasileiras por aqui ja nao sao raros, os fulanos nao entendem o lance de "ficar" do brasileiro; que equivale a um test-drive amoroso: voce liga o motor, faz as curvas, leva o carro ao limite para depois pensar se compra ou nao - e isso deixa os gringos frustrados, pensando o que teria feito errado para a garota ter simplesmente ignorado ele depois de uma noite em que tudo parecia incrivel. Ai, a situacao me remeteu ao Brasil.
No Brasil e a mesma coisa, com a diferenca de que ambas as partes nao se sentem no compromisso de tentar alguma coisa mais seria, ou ao menos de conhecer melhor a nova conquista ou conquistador, vira uma partida de War sexual, quanto mais, melhor.
Conversando com uma amiga minha Inglesa, ouvi uma historia ilustrativa - ela conheceu esse brasileiro em Londres, executivo, nos seus quarenta e muito bem situado na vida.
Os dois se conheceram atraves do trabalho e depois de uma certa paquera sairam para jantar - o clima perfeito, o vinho desceu bem, a comida estava perfeita (os franceses ainda sao os mestres) e o fim se semana foi um sonho, passeios no parque, comida delivery no apartamento dela e ate momento TV de domingo.
Nunca ela ganhou tanta atencao de um homem (na cama, tambem) e ela realizou o porque de tanta atencao - essa seria toda que ela receberia dele.
Ele viajou na semana seguinte e ficou de ligar, nada, ela ligou e ele prometeu ligar na segunda e... ..nada.
Ai, ela me deu a conclusao "brasileiro eh otimo, por uma noite, um sonho - depois eles se tornam uns pesadelos" e hoje em dia ela se tornou uma pessoa mais pratica.
Ela se casou com um Kiwi que nao eh nem metade do amante que o brasileiro era, mas segundo ela, ele ainda esta lah e seguranca ainda faz a diferenca.
Sera que foi a isso que ficamos reduzidos ? Somos um sonho de uma noite de verao, o que ate soa muito bem.

E pensando bem, propaganda eh ainda, a alma do negocio.

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